Essa vale a pena: Roberto Costa intercede contra criação de reserva indígena nos municípios de Vitorino Freire, Bom Lugar, Bacabal e Olho d’Água das Cunhãs

A minha observação antes da sua leitura desse texto:

O que todo bacabalense deveria saber, mas apenas uns poucos sabem, é que, segundo o maior e mais completo levantamento feito sobre a História de Bacabal, trabalho coordenado pelo professor Neto, "Até 1876, a região de médio Mearim, onde está localizada Bacabal era habitada por índios da tribo dos Guajajaras e Crentes (de origem desconhecida), cujas malocas situavam-se no atual bairro do Juçaral.
Mas sua história começa no século XIX com a instalação de uma colônia indígena - Colônia Leopoldina – que mais tarde se tornaria fazendo agrícola de produção.
Acredita-se que houve resistência por parte dos índios aqui existentes na região, que localizavam-se nos povoados Boa Vista da Tábua e Aldeia do Índio. Vale ressaltar que no atual momento, não foi encontrado nenhum remanescente dessas tribos.
Até o final da década de 40 esses índios passavam por Bacabal em direção a São Luis viajando através de embarcações para visitar o “Pai Grande” era a forma como eles tratavam o governo do estado."
O juiz Antônio Pacheco Guerreiro Júnior, em importantíssimo discurso feito quando da inauguração do Fórum de Justiça Dr. Deusimar Freitas de Carvalho complementa esse tema revelando que "Contou-me certa feita o historiador Fabrício Gonçalves de Moraes – pessoa bastante conhecida no vizinho município de São Luis Gonzaga pelos seus conhecimentos históricos – que a rica mancha de terras destinadas ao Capitão Lourenço Antonio Vieira da Silva, eram bem mais férteis do que aquelas que ficavam à margem direita do rio Mearim, revelando-me, ao folhear seus escritos históricos, a dificuldade que teve o Capitão Lourenço Antonio Vieira da Silva de se relacionar, logo quando aqui se instalou, com os nativos que habitavam a região."
Guerreiro prosseguiu sua narrativa revelando ainda "O certo é que o nosso bravo herói, logo que chegou ao Brasil tinha a incumbência de desenvolver e colonizar as terras da margem esquerda do rio Mearim, aliás, motivo de deixar a sua pátria e vir para o Maranhão. Acompanhado por um tenente coronel da brigada e de outros tantos serviçais do Comendador Luís Antonio, o Capitão Lourenço Antonio Vieira da Silva subiu o velho Isó navegando, por dias, em dois batelões, um dos quais carregado de suprimentos.
Aportou, então, numa baixa de terra firme, rudimentar, onde um estreito caminho se prolongava em aclive ao topo de uma pequena área plana, onde não morava ninguém e onde o mato entrelaçado encobria a visão de sua amplitude. Decidiu se instalar nesse local, pois sabia que alguém, a qualquer tempo, retornaria àquele lugar. Algumas semanas depois, confrontou-se com os índios, resultando dessa disputa a morte do tenente coronel, pessoa da mais alta estima e confiança do Comendador Luis Antonio Vieira da Silva.
Aborrecido com a morte desse seu antigo e leal escudeiro, o Comendador resolveu desistir daquelas terras, tendo-as doado para o comandante Antonio Lourenço Vieira da Silva, pedindo-lhe, contudo, que fundasse uma colônia indígena para o que dispunha de homens preparados e recursos financeiros da coroa para catequizar os nativos. O comandante aceitou a proposta do Comendador, tendo este se empenhado para que o Presidente da Província, Dr. Eduardo Olímpio Machado, baixasse a Portaria de 11 de abril de 1854, autorizando o Capitão Antonio Lourenço Vieira da Silva, a fundar a Colônia Indígena Leopoldina, trazendo consigo diversas pessoas, dentre tantas, vários missionários religiosos.
Não foi difícil, com o auxílio dessas pessoas, rapidamente conquistar a confiança das três tribos indígenas que habitavam essa parte do rio. Estabelecida a relação de confiança entre o Comandante e os índios Timbiras, Crenzés e os Pobzés, a Colônia Leopoldina passou a produzir arroz, feijão, milho, mandioca e algodão, inicialmente para atender a sua própria necessidade, posteriormente pelo significativo aumento da produção fez-se necessário a venda para o mercado distribuidor, localizado na sede da Província.
Subindo ainda mais o Mearim, observou o Capitão Antonio Lourenço Vieira da Silva que toda aquela região, tanto de um lado quanto de outro do rio, era ornamentada por frondosas palmeiras, de caule anelado, de folhas verdes e paralelas, de flores branco amarelado e com frutos carnosos de tom rosa escuro, bastante oleoso a que os índios chamavam de wa’kawa – bacaba, bacabinha, bacau, coqueiro-bacaba e macaba –, devido as mais diversas variedades, de onde os índios Timbiras, Crenzés e Pobzés, extraiam o vinho (que na verdade era suco), faziam doce e azeite e se alimentavam do palmito. Do tronco e folhas construíam suas casas, cortavam a lenha e dos talos faziam lanças e bengalas. O nome científico da bacaba, que registra três espécies tem-se como: 1ª Oenocarpus Circumtextus; 2ª Oenocarpus Multicaulis e 3ª Oenocarpus Tarampabo.
Nessa época, o algodão branqueou o pequenino vale do Isó, como era conhecido pelos índios o pardacento rio Mearim. A Colônia Indígena Leopoldina se tornou a mais próspera de todas as colônias da Província, devido à intensa produção do arroz, feijão, milho, mandioca e outras lavouras de vazante, atraindo, com a alta fertilidade das terras, a convergência imigratória de lavradores, fazendo com que se expandissem as áreas de produção.
Todavia, em fevereiro de 1878, portanto, logo no início do ano, a Colônia Indígena Leopoldina foi significativamente afetada por uma epidemia de malária, que dizimou muitos dos índios que a ela integravam e os que sobreviveram não mais tiveram o interesse de permanecer nas terras, refugiando-se, ao que se sabe, em diversas outras regiões deste Estado, motivo pelo qual o Capitão Lourenço Antonio da Silva foi obrigado a acabar com a Colônia Leopoldina, passando a chamar o local de Fazenda Bacabal."
Fica aqui, então, o meu alerta para o neo bacabalense deputado José Roberto Costa Santos, para o deputado federal José Alberto Veloso Filho e para o senador da República João Alberto Sousa, por ser esse uma assunto de extrema seriedade e verdadeira importância, esperando que os mesmos não o usem como parâmetro político com o objetivo de barganhar votos.
Todos os dados sobre a História de Bacabal podem ser acessados, inclusive pela trempe citada, clicando www.oobservador.net.

Agora leia o texto


Roberto Costa critica na Assembleia Legislativa a criação de
nova reserva indígena. Foto: Agencia Assembleia
O deputado estadual Roberto Costa (PMDB) destacou em seu discurso nesta terça-feira (25), na Assembleia Legislativa, o processo que transita na Justiça Federal e considera a possibilidade de desapropriação de uma área de mais de mil hectares que abrange os municípios de Vitorino Freire, Bom Lugar, Bacabal e Olho d’Água das Cunhãs, que segundo o Ministério Público Federal pertence à tribo indígena Krenyê, e solicitou a criação de uma Comissão Especial para acompanhar a problemática e buscar uma solução que atenda a todos os atingidos com a possível criação de uma nova reserva indígena.
A ação civil pública iniciada pelo Ministério Público Federal há 12 anos recebeu, nos últimos dias, uma decisão favorável do juiz federal José Carlos do Vale Madeira, determinando que a Fundação Nacional do Índio (Funai) constituísse um grupo técnico e iniciasse todo o processo de estudos antropológico, cartográfico e ambiental desse local habitado pelos índios Krenyê a cerca de 70 anos atrás, para a constituição de uma nova reserva indígena.
Roberto Costa, que conversou com os prefeitos e lideranças políticas dos municípios atingidos, falou que o anúncio da decisão judicial deixou alarmados os moradores da região e prejudica ainda a economia local. “A criação desta nova reserva indígena atinge diretamente a todos esses municípios e atinge também pequenos e médios produtores, inclusive os trabalhadores rurais, porque se for executado esse processo de criação da reserva, nós teremos um prejuízo incalculável em toda aquela região”, advertiu.
Ele sugeriu que a Assembleia Legislativa tome medidas no sentido de ajudar na solução do problema e também buscou apoio junto ao senador João Alberto e ao deputado federal Alberto Filho. “Não se discute aqui a questão de garantir os direitos a eles, mas não se pode garantir os direitos a eles, só a eles, em detrimento de uma população que necessita de apoio, porque essa decisão atinge diretamente os pequenos produtores e trabalhadores rurais”, argumentou.

Reunião no Ministério Público Federal
Roberto Costa, acompanhado pelo prefeito de Bom
Lugar, Sérgio Miranda, secretários municipais e
lideranças políticas dos municípios de Vitorino
Freire, Bom Lugar, Bacabal e Olho d’Água das
Cunhãs estiveram reunidos na sede do Ministério
Público Federal com o juiz federal José Carlos do
Vale Madeira. Foto: Olívia Vidigal

Durante a tarde, o deputado Roberto Costa, acompanhado pelo prefeito de Bom Lugar, Sérgio Miranda, secretários municipais e lideranças políticas dos municípios de Vitorino Freire, Bom Lugar, Bacabal e Olho d’Água das Cunhãs estiveram reunidos na sede do Ministério Público Federal com o juiz federal José Carlos do Vale Madeira para solicitar mais informações e orientações sobre o processo que tramita sobre a possível desapropriação das terras pertencentes à tribo indígena Krenyê, originária do local.
O juiz Madeira destacou que “o processo já foi iniciado e aguarda relatório técnico da Funai para que possa ser analisado. E, somente a partir daí, seja ou não demarcado as terras. No entanto, a Funai sustenta que não haveria interesse processual no Ministério Público Federal, e até pretende a improcedência da ação sob o fundamento de não dispor de recursos financeiros para tocar este projeto neste momento, e que a demarcação poderia ser realizada em outro momento já que não haveria prescrição para a instauração de uma ação que pudesse culminar com a demarcação da terra indígena”, argumentou.


Roberto Costa conversa com a Comitiva dos
municípios, na sala de Comissões na Assembleia
Legislativa. Foto: Olívia Vidigal
De acordo com Maria Soares dos Santos Barbosa, secretária de agricultura de Bom Lugar e moradora a 64 anos do local, a população ainda está bastante carente de informações e, por isso, alarmada com a possível demarcação das terras para a constituição de uma nova reserva indígena. “São cerca de vinte mil famílias que residem nesse território de mais de mil hectares que abrange todo o município de Bom Lugar, e parte de Vitorino Freire, Olho d’Água das Cunhãs e Bacabal. Todos anseiam por informações e estão preocupados porque sempre viveram suas vidas nestes lugares”, frisou.
Após a reunião no Ministério Público Federal, o deputado Roberto Costa conversou com a Comitiva dos municípios, na sala de Comissões na Assembleia Legislativa, onde alinharam decisões e agendaram novas reuniões para acompanhar o processo.

Da Assessoria

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