Em Indicações vereador Rogério Santos pede a comemoração do Dia Mundial Antidrogas e construção de Memorial para Papete

O vereador Rogério Santos (PRP) fez tramitar, na última sessão da câmara municipal, duas indicações de importante cunho para a sociedade e para a cultura de Bacabal. Na primeira proposição ele solicita ao professor Carlos Alberto Gusmão, Secretário de Educação, a realização de programação comemorativa e alusiva ao Dia Mundial de Conscientização e Prevenção ao Uso de Drogas, que acontece no próximo dia 26, domingo, mobilizando e envolvendo todos os alunos da rede municipal de ensino.
Justifica sua ideia explicando que é autor de Lei aprovada pela Casa, cuja iniciativa é exatamente conscientizar e combater o crescente vínculo, principalmente dos jovens, com o mundo das drogas e uso parte de sua justificativa para defender a proposição que aqui apresento.
Argumenta que o avanço das drogas em nossa sociedade tem provocado grandes agravos em todos os aspectos, pois atinge aos jovens, as suas famílias, amigos e diversas pessoas que não tem relação direta com o dependente, mas, acabam sofrendo as consequências dos atos provocados pelas pessoas que estão envolvidas com o presente mal.
 E que a cidade de Bacabal viu, nos últimos anos, um crescimento acelerado de usuários de crack e outras drogas, que a cada dia vem provocando, consequentemente, um avanço na criminalidade e nos atendimentos nos postos de saúde de vítimas de crimes e acidentes.

Na  segunda proposição ele sugere a professora Cristina Miranda, Secretária de Cultura, a criação e implantação do Memorial "José de Ribamar Viana – o Papete", com espaço suficiente para se expor em toda sua amplitude o vasto material histórico daquele que é um dos maiores artistas de nossa cidade e do Estado do Maranhão, usando área o Centro Cultural de Bacabal, onde se localiza e funciona a própria Secretaria Municipal de Cultura.
Santos argumenta que, nascido José de Ribamar Viana, aqui em Bacabal, Papete se identificava desde pequeno com os sons das festas populares de nossa terra. Criado em São Luís, ele se interessava pelos ritmos do Bumba-meu-boi, do Tambor-de-crioula, do Tambor-de-mina e por cada uma das nossas manifestações culturais, todas estreitamente ligadas às culturas indígena, africana e ibérica.
Acrescenta que transferindo-se para São Paulo, em 1969, Papete conhece o compositor Luís Carlos Paraná, então proprietário da casa noturna ‘O Jogral’. Ali trabalhou durante sete anos, dando seus primeiros passos como músico e intérprete, chegando a criar o primeiro show de percussão apresentado numa casa noturna de São Paulo.
Acrescenta também que 1972 Papete conhece o jornalista, escritor e publicitário Marcus Pereira, que na ocasião montava a produtora de discos responsável pelo mapeamento da cultura musical brasileira, entre outras obras da maior importância dentro do cenário musical do País. Na ‘Marcus Pereira’ Papete trabalhou como pesquisador, dirigiu gravações e, como músico e intérprete, gravou seus três primeiros LPs, todos com excelente aceitação por parte da crítica.

Acrescenta ainda que Papete estudou percussão com o falecido maestro De Lucca, da Sinfônica Municipal e cursou a Faculdade de Comunicação.
Participou, como músico, do trabalho de diversos artistas nacionais e internacionais. Participou dos Festivais de Montreux, Sidney, Úmbria Jazz e Berlin. Com Toquinho realizou mais de trezentas apresentações no exterior. Em 1982 foi citado pela revista norte-americana ‘Dow Beat’ como um dos cinco melhores percussionistas do mundo. Em 1983 recebeu o prêmio Playboy como o melhor percussionista brasileiro. Em 1984 a crítica italiana conferiu-lhe o título de ‘melhor percussionista do mundo’ por sua participação no disco de Ornella Vanoni, eleito o Disco do Ano da Europa.
O vereador garantiu que Papete se dedicou quase que exclusivamente ao trabalho de pesquisa, registro e divulgação da música dos compositores maranhenses, trabalho que considera o mais importante de sua vida profissional, já tendo gravado vários discos nesse sentido.
Os mais significativos ritmos do Maranhão – o Bumba-meu-boi, o Tambor-de-crioula, o Tambor-de-mina, o ‘reggae’ maranhense, toadas e composições dos mais diversos autores – recebem no trabalho de Papete um tratamento de primeira linha, numa linguagem direta e coloquial. Compôs com Josias Sobrinho as canções e o libreto da ópera popular "Catirina", marco da cultura maranhense nos anos noventa.
Um dos últimos projetos que coordenou deu origem à obra Os Senhores Cantadores, Amos e Poetas do Bumba Meu Boi do Maranhão lançado em novembro de 2015.
E finalizou afirmando que, como bacabalense, o percussionista não descansou enquanto não levantou toda a história do seu nascimento em nossa terra, traçando sua genealogia e reescrevendo aquilo lhe haviam contado sobre sua vida.


Por Abel Carvalho

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem