João Alberto confessa interesse na reeleição e embaralha situação de Zequinha Sarney

Leandro Miranda



Nos bastidores do encontro ocorrido nesta sexta-feira (04) para prorrogar o mandato do atual diretório do PMDB por mais um ano, o senador João Alberto de Souza deixou claro que pretende concorrer à reeleição.


Para quem achava que o Carcará seria carta fora do baralho da disputa eleitoral do próximo ano, a decisão foi como um balde de água fria. Com o mandato prorrogado até o final de 2018 e o controle do PMDB nas mãos, ele deve ser decisivo na composição da chapa de senador do clã Sarney.


João Alberto ainda tem outra carta na manga a ser usada no momento oportuno. A pedido do oligarca José Sarney, foi ele quem pacificou a relação entre PMDB e PSDB no Senado ao salvar tucano Aécio Neves da cassação no episódio envolvendo a propina da JBS.


No início da semana, o senador Edison Lobão também avisou que concorrerá à reeleição. Acossado por dezenas de investigações no Supremo e Ministério Público Federal, o “esquálido” da lista da Odebrecht sonha em garantir foro privilegiado por mais alguns anos até deixar o mandato como herança para o filho Edinho Lobão.


Com os dois representantes da oligarquia no Senado Federal em busca da reeleição, fica cada vez mais difícil acreditar na candidatura de Sarney Filho (PV) ao cargo. O discurso de que o grupo deve chegar a consenso em torno de candidatura única para garantir vaga contra o grupo de Flávio Dino (PCdoB) só dificulta a situação do atual ministro do Meio Ambiente de Temer.


O clã Sarney se perpetrou no poder por quase 50 anos justamente pela capacidade de aglutinar interesses em nome do objetivo comum de saquear o Maranhão. Longe dos cofres públicos, no entanto, já não falam a mesma língua, fazendo valer a máxima da sabedoria portuguesa que diz “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

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