Bacabal: Justiça afasta Zé Vieira e TSE deve cassá-lo, empossar Roberto Costa ou convocar nova eleição

Ribamar Corrêa
Repórter Tempo

Zé Vieira e Florêncio Neto devem sair. Roberto Costa aguardando decisão do TSE

O Maranhão político e a parte mais antenada do eleitorado acompanham o tenso e imprevisível desenrolar da guerra judicial pelo comando da Prefeitura de Bacabal, cujo desdobramento mais recente foi o afastamento do prefeito Zé Vieira e a providência da Câmara Municipal de convocar o vice-prefeito Florêncio Neto (PHS) para assumir o cargo, mas a convicção o alcançou sob o impacto de uma tragédia familiar (a morte do seu filho), causando um incômodo hiato de acefalia na gestão municipal.

A guerra em curso em Bacabal é travada, de um lado, pelo prefeito eleito e agora afastado Zé Vieira (PR), que lidera um grupo pesado que reúne pesos pesados da política local, como o ex-prefeito José Alberto e o deputado estadual Carlinhos Florêncio (PHS), que é pai do vice-prefeito Florêncio Neto, e de outro pelo deputado estadual Roberto Costa (PMDB), candidato do grupo liderado pelo senador João Alberto (PMDB) e segundo colocado na disputa.

A guerra se dá em duas frentes judiciais, uma na Justiça Eleitoral, alimentada por ação do Ministério Público Eleitoral que impugnou a candidatura de Zé Vieira argumentando que ele é ficha-suja, seguindo-se uma sucessão de recursos, de modo que a decisão está na agulha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e a outra frente na Justiça comum e que, após a sucessão de recursos, chega à confirmação de que Zé Vieira é mesmo ficha suja e não pode ser prefeito, aliás, não poderia sequer ter sido candidato. O primeiro desfecho foi a ordem judicial (Justiça comum) afastando Zé Vieira e mandando o presidente da Câmara Municipal empossar o vice-prefeito, o que deve ser feito hoje ou amanhã.

Na frente eleitoral, o TSE vai decidir a qualquer momento se cassa ou não a chapa de Zé Vieira e assim o despacha junto com o vice-prefeito Florêncio Neto. É quase certo que decidirá pela cassação diante da confirmação da Justiça comum que Zé Vieira é ficha suja. Nesse contexto, a decisão esperada é se, cassada a chapa de Zé Vieira-Florêncio Neto, o cargo será entregue ao segundo colocado, deputado Roberto Costa, ou será empossado interinamente o presidente da Câmara Municipal e convocada nova eleição em 90 dias. O que for dito fora desse cenário é artimanha destinada a beneficiar um ou outro envolvido na peleja.

Uma pendência está resolvida: ainda que venha ser beneficiado por recurso improvável, Zé Vieira dificilmente voltará ao cargo, podendo ser considerado fora do jogo. E a julgar por tudo o que foi apurado e decidido até agora no âmbito da Justiça Eleitoral, uma avaliação simples e isenta sugere que o vento está soprando a favor do deputado Roberto Costa, embora seja também provável a convocação de nova eleição.

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