2017 foi politicamente intenso e teve Flávio Dino como o seu grande protagonista

Flávio Dino, Roseana Sarney, Roberto Rocha, Edson Lobão, Sarney Filho, Rubens Jr., Eliziane Gama, João Marcelo, Humberto Coutinho, Othelino Neto, Rogério Cafeteira, Rafael Leitoa, Bira do Pindaré, Marco Aurélio, Eduardo Braide, Max Barros, Edilázio Jr.. Andrea Murad, César Pires, Adriano Sarney, Roberto Costa, Márcio Jerry e Cleomar Tema se destacaram ao longo de 2017

Se não foi de grandes lances, 2017 foi um ano político intenso no Maranhão, com algumas situações que alinhavaram o que vem pela frente, a começar pelas eleições de 2018. Nos seus 365 dias, não há dúvida de que o governador Flávio Dino (PCdoB) foi o grande protagonista e epicentro de todos os movimentos, mesmo aqueles que não o envolveram diretamente, pontificando também além das fronteiras maranhenses. Depois dele, o grande agitador da política maranhense foi o senador Roberto Rocha (PSDB), que deu grandes voltas e acabou exatamente onde planejara. Sem protagonizar qualquer momento importante, a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) movimentou a cena política ao suspender a aposentadoria para tentar voltar a residir no Palácio dos Leões. Em meio à intensa movimentação de deputados federais como Weverton Rocha (PDT), Rubens Jr. (PCdoB), Eliziane Gama (PPS) e Hildo Rocha (PMDB), e de deputados estaduais como Othelino Neto (PCdoB), Eduardo Braide (PMN) e Andrea Murad, o nome mais pronunciado foi o do secretário Márcio Jerry (Articulação Política e Comunicação). E numa dimensão paralela, os movimentos mais visíveis foram os do prefeito de Tuntum e presidente da Famem, Cleomar Tema (PSB).

Queiram ou não os seus adversários, o governador Flávio Dino foi o grande protagonista do Maranhão em 2017. Comandou o Governo com autoridade inabalável, fazendo uma gestão eficiente e racional, com pesados investimentos em educação, saúde e infraestrutura. Nesse campo, enfrentou ataques ferozes dos seus adversários, principalmente do Grupo Sarney, que acusaram alguns segmentos de desvios com o objetivo de alvejá-lo, mas saiu por cima em todos os episódios em que se deu o enfrentamento. Politicamente, o governador alicerçou sua condição de candidato à reeleição – o favorito, segundo pesquisas -, firmando-se também como uma das mais importantes vozes da esquerda no País, alimentando o discurso de golpe contra o mandato da presidente Dilma Rousseff (PT), criticando duramente o Governo do presidente Michel Temer, mas mantendo uma relação institucional respeitosa com o Palácio do Planalto. Manteve-se como defensor tenaz o ex-presidente Lula da Silva (PT), que na sua visão está sendo alvo de uma “violência absurda” perpetrada “pela direita”. No geral, chega ao final de 2017 como um dos três melhores entre os atuais governadores.

Criticado por muitos, observado com atenção por alguns e defendido por vários, o senador Roberto Rocha ocupou espaço expressivo na cena política maranhense. Numa movimentação intensa e bem articulada, ele conseguiu exatamente o que queria: voltar ao PSDB, assumir o seu comando e ser ungido candidato dos tucanos ao Governo do Estado e brigar pelo controle do PSB. E consumou seu projeto desbancando o vice-governador Carlos Brandão, que teve de mudar de partido. Mantém inalterado o seu projeto de candidatura ao Palácio dos Leões. Fecha o ano como vitorioso, apesar das restrições que lhe fazem.

Roseana Sarney suspendeu sua aposentadoria para apresentar-se como pré-candidata ao Governo do Estado. Sem protagonizar qualquer episódio e ocupada em livrar-se de uma série de denúncias, se movimenta também para reagrupar as forças que controlou enquanto esteve no pode. Amparada em pesquisas polêmicas, e embalada por um eficiente esquema de comunicação, segue afirmando que será candidata. Tem mostrado ser ainda detentora de fatia expressiva do eleitorado, e é até aqui o adversário mais forte do governador Flávio Dino. No Grupo Sarney, o deputado federal e ministro do Meio Ambiente Sarney Filho (PV) vem contribuindo fortemente para movimentar a disputa para o Senado, devendo fazer dobradinha com o senador Edison Lobão (PMDB), também apontado entre os favoritos.

De um modo geral, a bancada federal atuou de maneira aceitável, principalmente quando se transformou em bloco na defesa de interesses do Maranhão. Mas entre os 18 integrantes, cinco são foram destaque. Weverton Rocha foi o grande nome do PDT na Casa, primeiro por comandar a bancada do partido, e depois pelo protagonismo que exerceu nos grandes debates travados na Casa. Rubens Jr. seguiu a mesma trilha, imprimindo movimento intenso à bancada do PCdoB, na qual, como vice-líder, teve atuação mais destacada do que a da líder Jandira Feghali (RJ), tudo isso sem descuidar da responsabilidade que assumiu como coordenador da bancada maranhense. André Fufuca (PP) foi a grande revelação, primeiro ao ser eleito 1º vice-presidente da Câmara Federal e, nessa condição, ter assumido a presidência da instituição num momento crítico e tenso, surpreendendo a todos pelo equilíbrio que demonstrou no comando da Casa quando o presidente Rodrigo Maia assumiu interinamente a Presidência da República. Boa atuação também teve o deputado Hildo Rocha (PMDB), que na avaliação de muitos foi produtivo e diferenciado. Eliziane Gama (PPS) realizou um forte trabalho parlamentar e correu o Maranhão com uma oportuna campanha contra as drogas e chegou ao final do ano como nome forte para o Senado. João Marcelo (MDB) focou seu ano parlamentar trabalhando pelas suas bases. Sempre considerado um bom deputado, com inclusão nas avaliações que se fazem a cada ano em Brasília, o deputado Pedro Fernandes (PTB) encerra 2017 coroando sua carreira na condição de escolhido para comandar o Ministério do Trabalho.

Na Assembleia Legislativa, o ano fechou com o presidente Humberto Coutinho (PDT) mantendo a titânica luta pela vida. Mesmo com sua ausência, a instituição funcionou plenamente sob a presidência interina do deputado Othelino Neto, que vem se firmando como um dirigente hábil e equilibrado, comandando as sessões com firmeza e correção. Na casa legislativa se destacaram em plenário os deputados Rogério Cafeteira (PSB), Rafael Leitoa (PDT), Levi Pontes (PCdoB), Bira do Pindaré (PSB), Marco Aurélio (PCdoB) e Fábio Braga (SD) pela base governista, e Eduardo Braide (PMN), Edilázio Jr. (PV), Max Barros (PRP), Adriano Sarney (PV), César Pires (PEN) e Andrea Murad (PMDB) pela Oposição. Em atuação paralela se destacaram os deputados Roberto Costa (PMDB), que trava uma guerra intensa pelo comando da Prefeitura de Bacabal.

Duas personalidades contribuíram decisivamente para movimentar o cenário político estadual, o prefeito de Tuntum e presidente da Famem, Cleomar Tema, e o secretário de Articulação Política e Comunicação, Márcio Jerry. No quinto mandato de prefeito de Tuntum, Cleomar Tema foi eleito presidente da Famem pela terceira vez, resgatando fortemente o ideário municipalista que andava meio combalido no Maranhão, tornando-se o líder de um grande movimento de prefeitos na busca de recursos para os municípios. Numa outra seara, o secretário Márcio Jerry – que também preside o braço estadual do PCdoB -, foi o integrante mais ativo do Governo, exatamente por ser o articulador político e o principal porta-voz do governador Flávio Dino e apontado como forte candidato à Câmara Federal.

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