Antônio Melo: Os reféns do calote eleitoral

Resultado de imagem para antonio melo jornalistaAntônio Melo
Jornalista

O Rio Grande do Norte e Natal, sua capital, pagam o preço da ingenuidade ao caírem num conto de vigário, se tornando vítimas de um calote eleitoral. Robson Farias, governador e Carlos Eduardo Alves, prefeito e último donatário familiar da capitania de Natal conseguem a façanha de juntos, estarem destruindo o estado e a aquela que já foi a capital dos Reis Magos. Mas hoje é terra do banditismo e da incompetência.


Carlos Eduardo, o Tata, é sucessor de si mesmo. Enquanto cidades vizinhas como Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Ceará Mirim e Barra de Maxaranguape, só para citar as mais próximas, estão com suas contas em dia e funcionários recebendo nas datas previstas, a capital e o estado vivem a desordem não só na segurança, mas nas contas públicas, principalmente. Para eles, os dois governantes, tudo culpa da recessão, da crise econômica. Como se a recessão e a crise só tivessem acontecido em Natal e no Rio Grande do Norte.
Nosso prefeito recebeu uma cidade maquiada, embalada em mentiras que apregoavam que vivíamos num paraíso. A campanha eleitoral serviu para dar ênfase a esse mundo encantado e fantasioso. Vendeu-se uma situação inexistente, uma administração competente, realizadora. Tudo não passava de um calote, isto sim.

Eleito, Tata recebeu dele mesmo a herança maldita de uma cidade esburacada, suja, com as finanças arrasadas. E, completando sua obra, passou a atrasar os salários dos funcionários, manter os fornecedores cinco meses sem receber pagamentos, deixar o lixo matando o turismo, emporcalhando a nossa fama de cidade linda, pacata, acolhedora. Uma cidade presenteada com a mais linda costa dentre todas as capitais do Nordeste. E castigada pela incompetência que produziu a orla mais feia, insegura e sem higiene de todo o Brasil.


O responsável por tudo isso, quem é? Ele, o próprio, Tata. Carlos Eduardo Alves.


E desta vez o nosso alcaide não terá nenhuma Micarla para culpar.

Fazendo dueto com o prefeito, temos um governador da segurança e um estado em pânico. Robson Faria conseguiu que sob sua administração o Rio Grande do Norte batesse todos os recordes em assassinatos, roubos, violência. Natal é a capital onde se mata mais gente de todo o país. Suas ruas vivem um faroeste com tiroteios se repetindo em várias delas. Esta semana um desembargador foi assaltado e feito refém dos bandidos. Eles checam se o magistrado já sentenciara algum membro da sua organização criminosa. Em caso positivo, teria sido executado na hora. "Justiça" sumária.


E a polícia, onde está? Nos quartéis porque suas viaturas –absurdo dos absurdos- rodam com documentação irregular, pneus carecas, sem estepes. Os coletes à prova de bala estão com validade vencida, a munição é insuficiente para as armas, os salários também estão atrasados.


O Rio Grande do Norte se tornou refém da incompetência e do medo.
Nos hospitais públicos estaduais, como o Deoclécio Marques onde se poderiam realizar até 12 cirurgias por plantão, apenas uma vem sendo feita. Porque os funcionários do hospital não comparecem mais ao expediente por falta de dinheiro para a passagem do ônibus, porque não recebem salários. Como consequência, mais de uma centena de pacientes esperam por uma cirurgia. Muitos, pela demora, ficarão aleijados.


Cadê o Rio Grande do Norte das vilas rurais, dos grandes projetos de irrigação, do sorgo, da capital limpa com jardins floridos, dos turistas estrangeiros encantados com as nossas belezas, a nossa cordialidade? As estradas estão todas esburacadas, o funcionalismo com os salários e o décimo terceiro atrasados e sem saber quando voltarão a receber.Essa é a nossa trágica realidade de todos os dias. Há muitos e muitos dias. A esperança está nas eleições. Dias melhores hão de vir. Para os que sobreviverem.

Auxílio – O Brasil paga auxílio moradia a 88 juízes dos tribunais superiores, nove ministros do Tribunal de Contas da União, 553 conselheiros dos Tribunais de Contas do estados e municípios, 14.882 juízes, 2381 desembargadores, 2390 procuradores do ministério público federal, 10.687 procuradores dos ministérios públicos estaduais. Isso representa uma despesa anual superior a l bilhão, 580 milhões de reais, a cada ano.

Campanhas – As mal afamadas campanhas eleitorais vão custar aos cofres públicos, 1,7 bilhão de reais. Isso a cada dois anos.

Reforma trabalhista – A reforma trabalhista conseguiu fechar 12.292 vagas formais em novembro. Ou seja: o desemprego que vinha caindo, voltou a subir. As informações são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). E olhe que esses números já trazem os efeitos do início do período natalino.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem