Antônio Melo: O crime está ganhando a batalha


Antônio Melo: O poder dos rapazes de boa índole

Antônio Melo
Jornalista

O governo federal lançou esta semana o Sistema Único de Segurança. Para fazer isso, meteu a mão nas verbas da Saúde e do Esporte que vêm da arrecadação das loterias. Os titulares dos dois ministérios, auxiliares de Temer meteram o pau em Temer, por temer as consequências.

Bom, a primeira consequência é torcer para que mais essa tentativa do governo de retomar o controle da segurança dê certo. Afinal, no começo deste ano esse mesmo governo lançou em Natal o “novo” Plano Nacional de Segurança. E o que aconteceu depois? Os homicídios continuaram aumentando, o tráfego de drogas passou a ser feito ainda mais à luz do dia, o número de assaltos a carros-fortes cresceu. Ocrime mostrou sua força. No Rio, por exemplo, de nada adiantou a intervenção das forças armadas na segurança. A criminalidade continua a mesma. A impunidade também. Até hoje, por exemplo, o assassinato da vereadora Marielle continua sem solução.

Acontece que aquele crime gerou muita mídia, chamou a atenção do mundo. E os assassinatos de todo dia? Pessoas comuns, simples, que são mortas sem que se saiba –ou procure saber- quem são os responsáveis, como anda o inquérito. As delegacias estão tomadas por boletins de ocorrência cuja única consequência é ser arquivado.

A sociedade assiste a tudo descrente, decepcionada. E inerte.

A intervenção federal do Rio, sob o comando de militares, serve apenas como propaganda do poder da bandidagem. Até agora nada de positivo apareceu.

Em Minas Gerais, incendeiam-se ônibus às dezenas. O mesmo acontece em Natal. O crime organizado parece ter partido para o confronto com as forças do estado. E até agora vai saindo vencedor.

Nas ruas, matam policiais diariamente, executados à sangue frio em diversos estados. Os caixas de bancos explodem por todo o país, carros fortes são atacados e saqueados em estradas, bares e restaurantes varridos por arrastões. Das cadeias –inclusive das de segurança máxima- partem as ordens para que os bandidos, nas ruas, cometam assassinatos, façam rebeliões em presídios, excutem policiais.

Os governantes parecem não saber o que fazer. Se tinham um plano –o Plano Nacional de Segurança- mostrou-se ineficiente. Não passa de um documento cheio de teorias, boas intenções e equívocos. Uma peça de marketing, nada mais. Afinal, papel aceita tudo.

Esperamos que o SUS da Segurança seja mais que um catecismo de boas intenções. Enquanto não é implementado, chama a atenção algumas coincidências que acontecem nos três estados onde a violência só cresce. No Rio Grande do Norte Robinson Farias se elegeu prometendo ser o governador da segurança. Levou o estado a níveis inimagináveis de criminalidade e Natal a se transformar na capital mais violenta do Brasil e quarta cidade onde mais se cometem assassinatos no mundo; no Rio o governador Sérgio Cabral montou uma organização criminosa para saquear o dinheiro do estado em níveis roubando até a polícia; em Minas, o ex-governador Aécio Neves está enrolado em vários inquéritos por desvio de dinheiro quando era governador e, depois, por pedir propina, como senador. Lá, também, a polícia se ressente da falta de recursos para fazer frente ao banditismo.

Agora eu pergunto: já descobriu por que a seleção brasileira não empolga mais?



Mistério – O presidente da Engevix, José Antunes Sobrinho, disse que através do coronel Lima, deu 1 milhão de reais ao presidente Temer, quando ele ainda era vice-presidente. Mas desmentiu que fosse propina. Ou uma contribuição para depois ter a contrapartida do governo. O toma lá, da cá. Só não esclareceu o porquê de tanta generosidade.





Mistério 2 – O governador Flávio Dino, PcdoB do Maranhão, tem motivos para a cada dia ficar mais preocupado. O proprietário de uma produtora que, supostamente trabalhou na campanha dele de governador, declarou que ao contrário da prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral, não recebeu os 1,3 milhão que o PCdoB diz que pagou à empresa. A suspeita dos adversários de Dino é de que a “produtora”, especializada em cobrir casamentos e festas de aniversário de criança, tenha sido usada para lavar dinheiro.



Zum-zum-zum – Crescem os boatos de que Carlos Eduardo vai ter de encontrar outro candidato a senador. É que o ex-governador José Agripino trocaria a duvidosa reeleição pela certeza de uma vaga na Câmara Federal.

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