Antônio Melo: Foi golpe. Agora não há mais dúvida


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Antônio Melo 
Jornalista

Jair Bolsonaro é candidato a Presidente da República. Vai ter exatos 03 segundos (isso mesmo, três segundos), três vezes por semana, para apresentar suas ideias para tirar o Brasil da crise, acabar com a criminalidade, arranjar emprego para todo mundo, manter a inflação dominada, reinserir o país no cenário internacional, acabar com a falta de moradia e com a violência rural e urbana.

Fácil, não?

Pode-se não gostar das ideias do capitão, mas ele tem todo o direito de expô-las e defende-las. Tem não, deveria ter tempo para isso.

O folclórico Enéas que tinha umas propostas meio parecidas com as do capitão, conseguiu mais tempo. Quinze segundos, se não me falha a memória. O suficiente para que dissesse o seu nome e ameaçasse com bombas atômicas quem discordasse dele.

Mas não será apenas Jair Bolsonaro o atingido pelos fragmentos do petardo nuclear que dizimou as campanhas eleitorais deste ano. A soma dos tempos destinados a todos os candidatos à Presidência da República na rádio e na televisão será de apenas 12 minutos para dividir com todos os que disputam a faixa presidencial. Hoje são uns 20 nomes. Pode ficar em menos. 15, vá lá.

Os candidatos a governador vão rachar 12 ínfimos minutos. Senador, apenas cinco. Federais 12 minutos e meio e estaduais, 10 minutos. Temos milhares de candidatos no país inteiro para disputar esse butim.

Agora, me responda aí: isso é ou não é uma palhaçada? Um golpe contra o debate político, o direito à informação que o eleitor tinha para decidir o seu voto?

No Rio Grande do Norte, por exemplo, os candidatos vão ter que mostrar nessa exiguidade de tempo como vão fazer para tirar Natal da condição de capital brasileira do crime e quarta cidade em que mais se mata gente em todo mundo. E, de lambuja, ainda podem falar como vão colocar os salários dos servidores em dia, por um fim no caos da saúde, reduzir o desemprego.

No Maranhão os candidatos vão ter que fazer a mágica de em tempo tão exíguo, mostrar como vão fazer para deter o aumento da miséria, tirar o estado da condição de campeão do desemprego e deter o aumento da violência que vem crescendo nos últimos tempos, mas sem ser nada ainda parecido com a que campeia em alguns estados

Tarefa fácil, não é? Ou, talvez, sem importância. Afinal, estamos tratando de uma republiqueta insignificante, sem problemas maiores e de estados que nadam em rios de dinheiro num cenário de pleno emprego.

Resta saber bem sabido, qual o verdadeiro objetivo dessa “reforma”. A quem ela beneficiou. Ou se simplesmente nos quiseram fazer de palhaços no circo de faz de conta em que transformaram as eleições deste ano.

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