Por que Dirceu virou alvo mais uma vez da Lava Jato


Já condenado no mensalão e no petrolão, desta vez o ex-ministro foi flagrado como principal beneficiário de propina de fornecedores de tubos da Petrobras

DANIEL HAIDAR
época
O ex-ministro José Dirceu teve mais um esquema de propinas descoberto na investigação. Deflagrada nesta terça-feira (24), a operação Vício, a 30ª fase da Lava Jato, investiga o suborno recebido por Dirceu de fornecedores de tubos da Petrobras. O dinheiro era repassado por um advogado do Rio de Janeiro e por operadores de São Paulo. Uma construtora de fachada também era utilizada para repassar o dinheiro. Os contratos custaram mais de R$ 5 bilhões à estatal e renderam mais de R$ 40 milhões de propina. Dois funcionários da Petrobras também são investigados.
O nome da operação é uma homenagem especial ao ex-ministro, que já foi condenado em uma ação penal da Operação Lava Jato a 23 anos de prisão – e agora deve responder a mais um processo no caso. Tudo isso enquanto ele ainda cumpria a sentença do mensalão – de 7 anos e 11 meses de prisão. De acordo com a Polícia Federal, a operação Vício faz referência à sistemática, repetida e aparentemente dependente, prática de corrupção por determinados funcionários da Petrobras e agentes políticos "que aparentam não atuar de outra forma senão através de atos lesivos ao Estado", de acordo com comunicado da Polícia Federal. A PF também quis remeter à ideia de que alguns setores do Estado precisam passar por um processo de desintoxicação do modo corrupto de contratar.
Os policiais saíram às ruas para cumprir  28 mandados de busca e apreensão, 2 mandados de prisão preventiva e 9 mandados de condução coercitiva nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Três grupos de empresas são investigados por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, porque utilizaram operadores e contratos fictícios para repassar propina de contratos da Diretoria de Serviços e da Diretoria de Abastecimento da Petrobras.
Também é investigado o pagamento de propina a executivo da área internacional da estatal por contratos de compras de navios-sondas.
O ex-ministro José Dirceu chega à sede da Superintendência da Justiça Federal, em   Curitiba (PR), para participar do depoimento (Foto: PAULO LISBOA/BRAZIL PHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem