Welyson Lima: 'Os miseráveis', de Victor Hugo e o tema da injustiça social.

Que a leitura assume um papel primordial nas nossas vidas, isso é inegável. Cada pessoa viaja à sua maneira. Cada leitura é única. Ler é ato de liberdade, de fato. No artigo de hoje quero falar de umas das minhas leituras. Leitura esta que me permitiu entender que uma obra, apesar de ser escrita ou publicada em tempos remotos, não se desgasta com o tempo, pelo contrário, sobrevive mesmo com esse passar do tempo. É o caso da obra do escritor francês Victor Hugo.
Victor Hugo foi o grande nome da Escola romântica francesa. Escritor e poeta. Escreveu muitos poemas e romances lembrados até à atualidade. Entre eles, destaca-se “ O corcunda de Notre Dame” e os “ Trabalhadores do mar”. A obra como um todo de Victor supera seu tempo. Retrata com profundidade a condição humana e todos os níveis da sociedade, dos nobres aos excluídos. As personagens possuem vida própria, pois são capazes de denunciar a miséria, a falta de justiça e a necessidade de construir um mundo sempre melhor.
Pois bem, hei de falar aqui brevemente sobre uma obra, que como as duas citadas acima, tem um significado social também muito importante. É o romance “ Os miseráveis”. Obra esta que foi publicada, pela primeira vez, na França, em 1862. Em pouco tempo, transformou-se logo em um grande sucesso entre o público leitor. Chegando a percorrer o mundo, devido ter sido traduzidas em diversas línguas. A história que se passa nela tem um fortíssimo cunho social, porém o enredo em si, tem elementos de trama policial, devido, em especial, ser contada a história de um ex-prisioneiro que é perseguido sem tréguas por um inspetor fanático etc.
Jean Valjean, considerado o herói no enredo, foi condenado a trabalho forçado por roubar um pão para a família que estava faminta. Cumpriu pena. Ainda assim, para fugir de seu perseguidor e se reabilitar, o mesmo precisou trocar de identidade. Mediante disfarce, tornou-se um grande empresário. Promoveu o desenvolvimento da cidade, ajudou a todos que assim precisavam dele. Porém, Javert, o policial, não desistia de lhe seguir os rastros. Vivia no encalço de Jean Valjean. Criava espertas armadilhas para que a verdadeira identidade do ex-condenado fosse revelada. São muitos os episódios dessa história.
Este artigo é na verdade um convite a você, leitor, para que possa desfrutar do que ela (a obra) tem a lhe oferecer através de suas linhas escritas! Ao ler este romance clássico de Victor Hugo, você se depara com personagens como: Fantine, uma moça vítima da pobreza e da injustiça; a jovem Cosette, que é resgata por Jean Valjean da extrema pobreza; Marius, o jovem muito idealista que se apaixona por Cosette; os Thénardier, que é uma família de vigaristas, e muitas outras tantas personagens, que como já disse, possuem vida própria no enredo.
Pois bem, para quem já leu o romance, haverá de concordar comigo que a sucessão de todos os acontecimentos e as difíceis circunstâncias vividas pelas personagens levantam questões sobre a lei, justiça e a solidariedade. Além disso, em “ Os miseráveis” mostram como uma pessoa pode se transformar graças à ação de outra. No caso, a mudança ocorre quando um homem injustiçado, recebe de alguém compreensão e generosidade. É uma história de fugas, trapaças e armadilhas, além de ser uma história de amor entre jovens. São relatados interesses e atitudes muito mesquinhos, mas também grandes gestos de desprendimento e bondade.
Porém, uma característica importante desta obra é que apesar de ter sido escrita há muito tempo, mantém-se bastante atual, resistindo até hoje e vai ganhando nova vida geração a geração. Escrita no século XIX fala da injustiça social. Quantas pessoas como Jean Valjean, o menino Gavroche, Cosette, a órfã, não vivem ao nosso lado? Se observamos os noticiários, encontramos muitas histórias parecidas com as das personagens. Portanto, espero que você, leitor, possa se interessa para ler este romance e meditar mediante o que o autor relata sobre a vida e a condição humana.



Por Welyson Lima
Welyson Lima é natural de Bacabal. Nasceu em 03/07/1992. Cursou o Ensino Médio na antiga Unidade Integrada de Ensino Roseana Sarney (hoje Centro de Ensino Isabel Castro Viana). Em 2011 ingressou no Curso de Letras (Português/Espanhol, respectivas Literaturas) do CESB-UEMA vindo a graduar-se no 2º semestre de 2014. Já obteve aprovação em muitos concursos vestibulares, tais quais: aprovado em 2012 à Tutoria da extinta UNIVIMA (Universidade Virtual do Maranhão), Serviço Social (CEUMA-2015), Comunicação Social (UFMA-2015), Ciências Humanas-Sociologia (UFMA-2015), Jornalismo (UNICEUMA-2015) e também neste mesmo curso na Faculdade Estácio de Sá (São Luís-MA) no 1º semestre de 2016. Como Letrólogo, sua área de conhecimento e de especialidade é Linguística e Letras. Foi Colunista Social do Portal Castro Digital e também prestou serviços ao Jornal “ O Mearim”, onde foi revisor/ corretor textual e redator. Cursou Iniciação Teatral através da Semuc de Bacabal (2013). É agente cultural, atua no grupo de Teatro “Faces da Arte”, onde assume o cargo de Secretário Geral. É também professor. Seu maior prazer é ler/escrever (uma atividade que considera constante e necessária). Entre as leituras múltiplas às quais gosta, estão incluídas: as poesias de Castro Alves, obras de Machado de Assis, bibliografias da área da Linguística Aplicada, obras sociológicas de Émile Durkheim, Max Weber, Karl Marx, obra do filósofo Michel Foucault e seus intérpretes, as crônicas de Edgar Moreno, entre dezenas de outras tantas literaturas. É fascinado em Teatro e outras expressões artísticas, já atuando inclusive, como ator amador. Participou dos curtas “ Tô fora” e “ Visão de um dependente químico”. Escreveu juntamente com o poeta e cronista Costa Filho, a peça teatral “ O saco do pobre” (2013) e escreveu também a peça “ Bacabal, conta sua história!” (2016).

1 Comentários

  1. A literatura, e por extensão a cultura francesa tem muito o que nos ensinar. Não à toa a França é uma referência da Arte Moderna e do bom gosto. A obra "Os miseráveis" bem reflete essa inquietação do homem (francês ou não) pela liberdade,por exemplo. Parabéns ao autor, que escolheu uma relevante obra para nela pautar seu artigo.

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