50 mil malucos já leram o meu Portalpoesia.zip.net

No ar desde julho de 2007 o blog portalpoesia.zip.net completou esta semana 50 mil acessos. Isso me leva a construí uma pergunta: quem seriam esses 50 mil malucos e malucas?




50 mil leitores é uma senhora marca para poesia, principalmente aqui em Bacabal, onde esse hábito sub-existe e o único link de promoção do portalpoesia.zip.net está no meu próprio blog.



O que é Poesia
Poesia é um gênero literário caracterizado pela composição em versos estruturados de forma harmoniosa. É uma manifestação de beleza e estética retratada pelo poeta em forma de palavras.


No sentido figurado, poesia é tudo aquilo que comove, que sensibiliza e desperta sentimentos. É qualquer forma de arte que inspira e encanta, que é sublime e bela.


Existem determinados elementos formais que caracterizam um texto poético - como por exemplo, o ritmo, os versos e as estrofes - e que definem a métrica de uma poesia.


A métrica de um poema consiste na utilização de recursos literários específicos que distinguem o estilo de um poeta.


Os versos livres não seguem nenhuma métrica. O autor tem liberdade para definir o seu próprio ritmo e criar as suas próprias normas. Esse tipo de poesia é também designada por poesia moderna, na qual se destacam elementos do modernismo.


A poesia em prosa também dá autonomia ao autor para compor um texto poético não constituído por versos (desde que haja harmonia, ritmo e a componente emotiva inspirada pela poesia).


Ao longo dos séculos, a poesia tem sido usada como forma de expressar os mais variados sentimentos, como o amor, amizade, tristeza, saudade, etc. Alguns dos poetas mais famosos da língua portuguesa são: Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Luís de Camões, Vinicius de Moraes, etc.


A minha Poesia:


Choro Mórbido

Eu sei que vais chorar na minha tumba
Mesmo que seja daqui há cem anos
Tu vais chorar na minha tumba
E quando veres o meu sepulcro
Todo o acre do teu ódio murchará
E tu vais chorar na minha tumba
Como uma amante desposada em uma alcova
E as tuas lágrimas hão de molhar o meu sepulcro
E descerão à minha cova como um beijo do teu amor guardado
E tocarão os meus olhos e a minha boca morta
E neles farão nascer na minha nova vida
O teu ódio, o teu rancor e a tua inveja vomitados
Aí serei o que tu és hoje
E continuará o nosso drama
Meus lábios tremerão
E meus olhos ficarão inchados e vermelhos
E lágrimas grosseiras descerão pelas minhas faces
E te rejeitarei a cada noite
Em nome do meu pseudo/amor eu te encherei de filhos
E te ensinarei a gostar de todos eles
Para depois roubar a todos de te
Em nome do meu rancor e do meu ódio
E destruirei a tua vida como um sêmem ejaculado pela mão
Para que tu nunca mais possas ser a mesma
E para que a tua vida seja um mar de desgraça e sofrimento
Aí, após o tiro, eu chorarei na tua tumba
O choro dos mortos e sem vida
E minhas lágrimas hão de molhar o teu sepulcro
E beijarão a tua face...


Abel Carvalho

O último poema

Sei que hei de ruminar a dor a cada hora
A cada dia
A cada noite de luar
Hei de espargi o fel da minha mágoa
E me acalantar nos braços da saudade
Sei que hei de ignorar cada olhar
Fugir de cada encontro
E fingir que nada existe
Tapar a última fresta
E fazer morrer a réstia da esperança
Hei de acordar do sono
E torná-lo pesadelo
Porque esqueci que o sonho se sonha
Não se toca nem se vive
Sei que hei de pagar com meu suor da madrugada a heresia
E viver a letargia do querer
Hei de cegar meus olhos para não ver
Tornar surdos os meus ouvidos para não ouvir
Calar a minha voz para não falar
Cortar fora as minhas mãos para não tocar
E tornar insensível o meu olfato
Para não sentir teu cheiro
Sei que hei de errar pelas noites
Beber qual um náufrago no deserto
Sentir o frio das calçadas
Mas, sei que hei de ruminar a minha dor
Para que ninguém perceba.

Abel Carvalho

Eu mereço

Eu mereço toda dor que tenho
Todo sofrimento que eu meu
Eu mereço morrer de saudade
Chorar prantos infindos por noites adentro

Eu mereço a vida que levo
A solidão e o isolamento em que vivo
Os castigos que me impus até hoje
A morte que não tenho coragem chamar

Eu mereço viver a farsa que plantei
Os males que reguei em solo fétido
Os odores que colhi fugindo de mim mesmo
O teu abandono que me corta e reprime

Eu mereço a vida que tenho
Eu quis assim...

Abel Carvalho

Poesia com pontos (ou um poema para a lua)

Por quantos caminhos a minha dor caminha?!
A minha dor caminha mil caminhos.
Caminha por caminhos tortos, estradas sem fim.
Caminha por caminhos retos, estradas longas sem destino ou paradeiro.
A minha dor caminha a ermo, com desvelo, sem arrego.
A minha dor caminha por caminhos que não vejo.
Caminha entre sombras e desejos.

Por quantos caminhos a minha dor caminha?!
Caminha no escuro, no silêncio, sob o sol escaldante ao meio dia.
A minha dor caminha em devaneio.
Caminha a meia noite fria, sem dó, soluço, sem sossego.
A minha dor caminha sob a luz da lua que te iluminou um dia.
A minha dor caminha cada dia mais vadia.
Caminha como a sombra que me segue em letargia.
Os caminhos que a minha dor caminha são fronteiras sem flancos.
São qual o amor a beira de um barranco, indeciso por saber ser ali o fim.
Os caminhos que a minha dor caminha são vias tortuosas, são chagas poderosas, são ritos de paixão, enfim...
A minha dor caminha a minha frente.
A minha dor não sente o quanto é algoz e o quanto enterneço.
A minha dor fadiga, é fada gloriosa, é fado imperioso.
É o ônus perigoso que pago para não ser para ti Procusto.
Então, se a minha dor não te comove, se tu não te condóis!?
A minha dor caminha rumo ao catafalco.
Só me resta destruir esses caminhos, fechar para sempre o pergaminho,
Com pábulo laurear tua desgraça e provar para mim mesmo que ainda posso ser feliz.


Abel Carvalho

Sangrou

A tua poesia é uma dor sem fim.
A tua poesia sangra como um sudário sem dono.
O meu amor esparge o fel do sofrimento.
O meu amor por ti trespassa meu sonho timorense.
A tua ausência é um crucifixo sem história
Sem corpo, sem chaga, sem véu.
A tua saudade me aniquila em alma, luz, escuridão.
A tua lembrança me corrompe, constrange meus desejos,
Desenfreia, arde como o canto da lira que eu nunca ouvi.
A minha dor...
A minha dor dói cálida e perene,
Não seca, comprime, cega, estremece,
Emudece a minha insônia sem fim.
A minha dor...
A minha dor cresce, não estanca,
Desanca como um Céu em tornado,
Como o mar em turbilhões,
Como um coração parado, seco, separado,
Entregue as mãos de quem não quis.
A tua poesia e a minha dor caminham juntas, a passos largos,
Em tragos, disseminações e reminiscências.
Em essência fogem de si mesmas, se conhecem, não se amam,
Se odeiam como dois tolos enamorados sem destino,
Se fecham, se calam, se martirizam para sempre.
A minha dor é o teu poema,
E sangra.


Abel Carvalho

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem