Roberto Costa diz que MDB maranhense fechou um ciclo e deve ser comandado agora pela nova geração de líderes

Ribamar Corrêa, Repórter Tempo

Roberto Costa propõe que nova geração 
assuma comando do MDB no Maranhão


O MDB do Maranhão deve passar urgentemente por uma ampla e profunda mudança, de modo que os atuais líderes abram caminho para a ascensão da nova geração ao comando partidário; e assa guinada deve acontecer com uma transição que permita que todas as decisões sejam tomadas por consenso, para evitar choques e traumas. Quem pensa assim é o deputado estadual reeleito Roberto Costa.

Segundo ele, as urnas de Outubro mandaram um recado claro e direto às lideranças do partido no sentido de que, se a transição não for feita agora, o MDB poderá sofrer danos irreversíveis. O deputado avalia que o MDB maranhense, que é comandado pelo seu guru político, o senador João Alberto, encerrou um ciclo em que foi o partido mais importante do Maranhão, mas que vem perdendo força num processo que culminou com as eleições do mês passado, nas quais foi duramente derrotado e que por isso iniciará em 2019 um novo ciclo, agora como um partido fragilizado no Maranhão.

Para o parlamentar, que nasceu como militante na Juventude do partido, essa é uma realidade indiscutível, que impõe à agremiação uma urgente renovação do seu quadro de líderes, onde se destacam o prefeito de Imperatriz, Assis Ramos, os deputados federais reeleitos Hildo Rocha e João Marcelo, o deputado federal Victor Mendes e o atual secretário nacional da Juventude, Assis Filho. “São nomes que estão prontos para comandar o partido numa situação de transição a nova realidade política do País”, disse o parlamentar, que é de longe o líder mais destacado da nova geração emedebista.

O deputado Roberto Costa deixa claro que ele e os líderes emedebistas da sua geração reverenciam os líderes atuais – o ex-presidente José Sarney, os senadores João Alberto e Edison Lobão e a ex-governadora Roseana Sarney -, que são, e continuarão sendo, as suas referências. Mas acha que eles já cumpriram o seu ciclo no comando partidário, e devem acompanhar a ciranda da política promovendo a nova geração.


Para ele, o mau desempenho dos candidatos do MDB nas urnas mostrou que um ciclo foi fechado e que o partido só terá condições de reunir forças para tentar voltar ao poder se souber se reciclar, se reavaliar e compreender a nova realidade, a nova visão do eleitorado, “que é muito diferente do de uma década atrás”.

No seu entendimento, a reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB) e a vitória da aliança partidária por ele liderada, além do acachapante sucesso eleitoral de Jair Bolsonaro (PSL) para a presidência da República, e com ela o surgimento de forças como o PCdoB e o PDT de um lado, e o PSL de outro, produziram um cenário no qual o MDB só sobreviverá se cair na real e realizar a transição que leve a nova geração ao seu comando, motivada pela ideia de renovação.

O MDB vinha sendo o partido hegemônico no Maranhão desde o final da década de 1980 do século passado, ganhando impulso no início dos anos 90, quando passou a ser controlado pelo Grupo Sarney, tendo João Alberto assumido o seu controle e o transformado numa máquina partidária poderosa. Com esse poder de fogo, o partido deu as cartas no Maranhão nos Governos de Edison Lobão e de Roseana Sarney, que, somados, representam quase duas décadas de domínio absoluto da cena política maranhense.


Nesse período, o então MDB maranhense teve o maior número de prefeitos e vereadores, manteve sempre duas das três cadeiras no Senado, boa parte das cadeiras maranhenses na Câmara Federal e bancada forte na Assembleia Legislativa. De uma década para cá, porém, o partido vem amargando uma dura perda de poder, que culminou com a derrota avassaladora que sofreu nas últimas eleições. O que, na interpretação do deputado Roberto Costa, que foi um dos dois deputados estaduais eleitos pelo partido – o outro foi Arnaldo Melo -, deve levar o MDB a fazer agora a transição, não só no Maranhão, mas em todo o País.

O deputado Roberto Costa calcula que realizando as mudanças agora, o MDB terá condições de se preparar para as eleições municipais de 2020, quando poderá recuperar pelo menos parte do seu prestígio disputando para valer o maior número possível de prefeituras, a começar pela de São Luís, e assim dar o passo para as eleições gerais de 2022. “O MDB não pode ficar mais inibido nem a reboque desse ou daquele esquema partidário. Temos de nos preparar para a luta eleitoral como um partido forte. E isso só será possível se a direção do partido for renovada”, concluiu, admitindo que não será um processo fácil, mas prevendo que será possível.

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